Crisis Core: Final Fantasy VII finalizado!
Eu devia ter jogado esse jogo há muito tempo já, mas na época eu não gostava muito de Action-RPG. RPG pra mim, era só de turno. Felizmente eu não tenho mais essas limitações quando se trata de sub-generos de RPG.
Esse jogo do PSP é uma prequel de Final Fantasy VII, se passando 7 anos antes dos eventos do VII.
O protagonista sendo o famoso SOLDIER Zack, que aparece bem pouco no VII, e aqui nós acompanhamos ele trabalhando para a Shinra, enquanto nós vemos a relação dele com os personagens já conhecidos: Aerith, Cloud, Os Turks, Sephiroth, até chegar no flashback da tragédia de Nibelheim, que foi refeita aqui, sendo o ponto alto no jogo, mas eu vou entrar nessa parte depois.
Apesar do Zack ser o protagonista, o ponto foco da narrativa são o trio de "SOLDIERS lendários": Angeal, Sephiroth e Genesis, o primeiro sendo o mentor de Zack, sendo uma inspiração pra ele, o último sendo o inimigo principal da história.
Os três dividem uma história juntos, mas devido à certos eventos, o trio acabou se separando, cada um seguindo seu caminho.
Eu achei interessante que o Sephiroth aparece desde o início, sendo uma pessoa "normal": ele interage com outros personagens, tem até senso de humor, dá conselhos para o Zack, enfim, uma figura de autoridade que é respeitada.
Só depois de certos eventos que ele acaba perdendo o controle e jogando tudo para o ar, culminando em um evento trágico que acabou afetando não só com ele mesmo, como todos os envolvidos.
Os SOLDIERS lendários: Genesis, Angeal, e Sephiroth
A campanha principal do jogo é bem curta, levando cerca de até 10 horas para acabar. Mas a duração pode ser muito maior se o jogador decidir fazer as missões secundárias que ficam disponívels ao decorrer do jogo.
O jogador vai decidir quanto tempo irá durar a sua aventura: seja 10 horas, 20 horas, 50 horas... eu achei honesto deixar o jogador escolher por si mesmo se irá fazer ou não os conteúdos opcionais, ao invés de obrigar o jogador a fazer conteúdo inútil e irrelevante só porque o jogo precisa durar 50 horas.
Como eu comentei, as missões não são obrigatórias, mas o jogador pode ganhar várias recompensas ao faze-las, desde: desbloquear slots para equipar mais acessórios, ganhar Summon Materia (Eu ganhei a Materia Odin ao completar uma missão dessas), vários itens únicos para poder fundir com materia, etc.
Há coisas legais para ganhar completando a missão, muito conteúdo extra para fazer. O problema é que essas missões são muito repetitivas, sendo sempre para derrotar certos tipos de monstros, lutar de novo com chefes, sendo também sempre os mesmos cenários do jogo, podendo causar cansaço e saturação visual.
Eu concluí só 20% dessas missões secundárias.
A jogabilidade do jogo é bem simples: sendo o Zack trabalhando para a Shinra, concluíndo missões, encontrando personagens e desenvolvendo relações com eles, à medida que vai se envolvendo no conflito do trio de SOLDIERS lendários.
A exploração é bem direta e linear. As áreas são sempre corredores curtos, avançando sempre em frente e abrindo baús.
As batalhas acontecem de forma aleatória, e é uma mistura de Action com Turnos.
Nós podemos selecionar os comandos do menu e Zack os executa automaticamente. Ele pode atacar, usar Materia, itens e defender dos ataques inimigos.
A maior mecânica das batalhas é o
DMW (Digital Mind Wave), uma roleta/máquina de Pachinko que aparece na tela, possuindo números e imagens dos personagens principais.
Cada combinação de números e imagens garantem vários benefícios na batalha, seja: Usar MP/AP sem custos, performar vários Limits Breaks diferentes, ganhar vários buffs, ganhar Level Up, evoluir matérias, e até invencibilidade.
São várias possibilidades de benefícios e ações em batalhas. Summons acontecem só através do DMW, e não por Materia, como era no VII. Isso acontece quando o DMW muda para a roleta com as imagens dos Summons.
Comentando sobre Materias, há um menu próprio chamado
Materia Fusion que, como o nome diz, é onde o jogador pode fundir Materias com vários itens e pedras especias, criando uma Materia mais poderosas e ataques mais poderosos. É bom o jogador ir sempre combinando as Materias e ver o que vai sair da fusão.
Não tem equipamentos para comprar, podendo equipar somente acessórios que aumentam os stats do Zack, que são ganhos em batalhas ou completando missões secundárias.
Esse capítulo da franquia Final Fantasy VII é a história de origem do Zack. Ele sendo o típico herói carismático e ingênuo (e bobo rs), como ele tinha o sonho de se tornar um herói e ser um SOLDIER perfeito. Como ele começou trabalhando na Shinra como um SOLDIER 2nd Class e usando uma espada genérica, até ele ser promovido à 1st Class e ganhando a icônica espada
|Buster Blade, herdada pelo seu mentor Angeal, depois passada adiante para o Cloud, simbolizando o "Legado" de Zack e como a memória dele continuará viva através da espada e também da própria existência do Cloud, que seguirá seus passos, mas com um objetivo totalmente diferente.
Nós vemos como ele encontrou caras já conhecidas pelos jogadores, vendo o vínculo entre eles ir se desenvolvendo, e como o Zack teve uma grande influência neles, principalmente a Aerith e Cloud.
Aliás, todo o encontro entre Zack e Aerith é exatamente igual ao encontro dela com o Cloud. Zack caindo do "plate" e indo direto para o campo de flores dentro da igreja, encontrando Aerith. Daí em diante os dois começam a desenvolver uma relação, sendo revelado que foi o Zack quem deu a ideia para a Aerith se tornar uma florista e vender as flores em Midgar (sendo o Zack, o responsável indireto pelo futuro encontro entre ela e Cloud), tem até uma pequena quest para juntar os materias para construir o carrinho de flores.
Mais para frente, em uma missão, Zack conhece o novato Cloud, que estava na primeira missão, e logo os dois também criam um vínculo imediato, Zack servindo como uma figura de autoridade e admiração para o menino Nuvem.
Há vários momentos nesse jogo com homenagens e referências e que remetem ao jogo principal, seja pequenos diálogos e "piscadinhas" do roteiro que fazem os conhecedores do VII entenderem e já saber do que se trata certos fanservices.
Como eu comentei, o ponto alto da história é o capítulo em
Nibelheim, que é o flashback que mostra a destruição da cidade pelo Sephiroth, após ele descobrir a verdade sobre sua origem e o
Projeto JENOVA.
Essa tragédia não só afetou ele, como todos os envolvidos na missão: Cloud, Zack, Tifa, essa sendo a mais afetada, à ponto de pegar ódio de SOLDIERS e da própria Shinra (e nós sabemos o caminho que ela tomou 7 anos após essa tragédia).
Daqui em diante, a história é só desgraça e tragédia, muitas coisas aconteceram que acabou afetando o Zack, fazendo ele se questionar sobre a Corporação Shinra e sobre o próprio papel dele como SOLDIER.
Como ao longo do jogo o Zack vai descobrindo "verdades inconvenientes" sobre a Shinra, a relação conturbada e passado do seu mentor Angeal, a loucura de Sephiroth em Nibelheim, e a descoberta sobre o Projeto JENOVA e os experimentos nos SOLDIERS de 1st Class.
Acontece muita coisa nessa reta final desse capítulo, que não tem como se aprofundar por causa de spoilers, mas quem jogou e conhece já sabe que a conclusão foi trágica e triste.
Enfim, Crisis Core é um jogo interessante para quem quer se aprofundar no capítulo do Zack, ver o desenvolvimento dele com os outros personagens e as referências ao VII.
A batalha dele é legal, podendo fazer vários combos e ações, eu achei o combate bem fluído. Um problema seria as missões opcionais sendo muito repetitivas, até as missões principais que avançam o plot, algumas não são tão legais.
As Dungeons são sempre corredores lineares e pequenos, não tendo muito o que fazer além de abrir baús.
A OST também é boa, o compositor é o
Takeharu Ishimoto, algumas músicas sendo remixes de faixas de Final Fantasy VII.
Prints da reta final: Spoiler everywhere...