Golden Sun finalizado! Sendo essa a minha segunda vez zerando esse jogo icônico do GBA que, tem até uma popularidade online apesar de ser só uma trilogia, e a franquia até hoje está no limbo, embora os fãs ainda esperem o retorno da franquia.
A experiência acabou não sendo das melhores porque houve alguns problemas técnicos na emulação pelo PSP. Houve vários bugs, a exploração no Mapa Mundi dava muito lag e eu tive que deixar de pegar certas coisas do jogo porque a tela congelava.
Pesquisando sobre esses problemas eu descobri que os jogos Golden Sun são pesados para emular e vários jogadores tiveram os mesmos problemas na emulação. Eu vou ter que testar outros emuladores de GBA quando for jogar a sequência, para o jogo fluir melhor.
Agora um pouco de contexto sobre o jogo:
Golden Sun é uma franquia de JRPG criado pelo
Camelot e publicado pela Nintendo, sendo lançado em 2001.
O jogo ficou tão grande para o cartucho limitado do GBA, que a equipe de desenvolvimento teve que dividi-lo em duas partes, sendo que o resto da história é concluída somente na sequência
Golden Sun: The Lost Age.
Por causa disso o primeiro jogo não tem conclusão nem uma batalha final épica, você derrota o Chefe Final e a jornada dos personagens continua, ficando nítido que ficou coisa pela metade, deixando um gancho para a continuação.
A OST foi feita pelo
Motoi Sakuraba, o compositor de
Valkyrie Profile (Lenneth & Silmeria), de vários Tales of, como:
Berseria,
Zestiria,
Abyss, e vários outros. Ele tem um currículo bem longo.
Eu decidi jogar o jogo de novo para poder lembrar da história, personagens, etc, para não ir no segundo jogo boiando, Já que eu tinha jogado ele há muito tempo atrás e não lembrava de nada sobre o plot.
Tendo rejogado eu notei que a história não é lá tão original ou que se diferencie de outros jogos, é bem clichê e genérica, pra ser sincero.
É a típica história em que o grupo tem que salvar o mundo da destruição e parar os antagonistas de conseguir seus objetivos.
Uma coisa que eu achei interessante é que todos os vilões são humanos, não tem nada de divindades ou ameaça sobrenatural. Os antagonistas são pessoas, e pelo menos isso faz ele se diferenciar dos outros jogos padrões em que os personagens sempre tem que derrotar algum deus/divindade no final.
A Dupla de antagonistas: Saturos e Menardi
Há um terceiro vilão, chamado Alex, que é um personagem mais misterioso, e seria tipo o personagem "Estilo Sephiroth" desse jogo, um personagem bem misterioso e bem mais interessante que os outros dois (embora não fique claro os objetivos dele na história).
Alex
A história se passa no mundo de
Weyward, um mundo que é inspirado na ideia de Terra Plana (terraplanistas devem ter jogado esse jogo e gostado tanto à ponto de achar que a nossa Terra é que nem Weyward rs), com muitos continentes e oceanos.
Após alguns eventos que quebram a rotina tranquila dos personagens principais, eles partem em uma jornada atrás dos antagonistas para parar impedir os planos deles.
O protagonista é o típico héroi silencioso Isaac, que é acompanhado pelo amigo de infância Garet, que é um personagem genérico e alívio-cômico.
Depois entram mais dois no grupo: Ivan e Mia. A quinta personagem jogável é a Jenna (Não a Ortega), só que ela só é jogável no começo do jogo, depois ela é sequestrada pelos vilões e precisa ser resgatada pelo grupo principal.
Nós seguimos com o mesmo quarteto de personagens até o final do jogo, não entrando nenhum outro personagem no grupo.
O Quarteto de protagonistas: Isaac, Garet, Ivan e Mia.
Um problema do elenco principal é que eles não têm grande profundidade ou desenvolvimento, isso pode acabar decepcionando pessoas que gostam de ver personagens crescendo e evoluíndo durante a jornada.
Como eu comentei antes: Isaac é o héroi silencioso, Garet é o amigo de infância alívio-cômico, Ivan começa com um arco antes de entrar no grupo, mas depois acaba não tendo mais destaque, a mesma coisa com a Mia.
Quando todos se unem, são só pessoas viajando juntas sem aprofundar a relação entre eles.
O grupo de antagonistas também não é muito melhor, já que nunca fica tão claro o motivo de eles estarem querendo trazer catástrofe ao mundo.
Talvez o segundo jogo explique e desenvolva melhor eles, já que a continuação é jogando com o grupo antagonista, pois os criadores queriam mostrar os dois lados da história (Breath of Fire IV fez isso também).
Outro problema da narrativa é que tem vários diálogos expositivos, principalmente no começo do jogo e no final.
Texto expositivo não é um problema quando feito da forma correta. Mas no caso de Golden Sun é muito forçado porque os personagens ficam explicando seus motivos para o grupo de protagonistas, personagens ficam narrando as ações de outros, por exemplo: Um personagem joga uma pedra elemental em um buraco, vem o Ivan dizendo: "Oh, ele jogou a pedra no buraco!".
Personagem se funde para ficar mais poderoso, novamente o personagem narra a ação: "Oh, eles se fundiram!". Tipo, nós jogadores estamos vendo as ações acontecendo, não precisa um personagem para narrar, isso é tratar os jogadores como burros.
Não é porque a faixa etária do jogo é para um público mais infantil (7 anos pra cima) que eles têm que tratar elas como burras. Enfim...
Os personagens usam uma técnica conhecida como
Psynergy, que seria as magias do mundo do jogo, usando e controlando os elementos. Cada personagem é especializado em um elemento próprio, e pessoas que conseguem usar Psynergy são chamados de
Adepts.
E essa Psynergy me lembrou muito o desenho
Avatar: The Last Airbender, que tem os "dobradores" (seriam equivalentes aos Adeptos de Golden Sun), que manipulam os elementos e cada personagem é especializado em um único elemento, eu só lembrei de Avatar enquanto jogava esse jogo. É muito parecido.
O mundo de
Avatar é separado em várias nações especialistas em dobras de elementos: tem a Nação do Fogo, da Terra, etc.
Golden Sun acabou não explorando tanto o mundo e os Adepts, mas, pelos comentários de um dos personagens no final, dizendo que eles fazem parte do
Clã do Fogo, devem existir vários clãs de Adeptos e que não foram explorados.
O gameplay também é bem básico e padrão: Os personagens saem explorando vilas, ajudando personagens que encontram pelo caminho, exploram Dungeons, compram equipamentos e itens novos,etc. Os cenários são bem coloridos e bonitos.
As batalhas são aleatórias e por turnos, só as batalhas que tem um efeito meio 3D, e as magias têm efeitos legais e bonitos.
As Dungeons são cheias de puzzles, que tem que ser feitos usando
Psynergy como: mover estátuas para abrir caminhos novos, congelar água para criar blocos de gelo, usar redemoinho para tirar ervas de entradas de cavernas, até ler mente dos personagens (especialidade do Ivan).
Os puzzles nas Dungeons foi o que eu mais gostei, eu achei a exploração bem divertida e fluída, mas eu vi que muitas pessoas odiaram os puzzles e acharam chatos. Eu gostei, achei bem gostosinho de jogar.
Um grande problema na exploração é que o jogo não entrega nenhum meio de transporte para revisitar lugares já visitados de forma rápida: Nem nave, nem barco. NADA.
Para voltar para outros lugares só caminhando à pé pelo Mapa Mundi, tendo que pegar batalhas aleatórias, e no meu caso foi pior por causa do lag que dava enquanto andando pelo mapa.
As músicas também foram meio que recicladas; várias vilas tinham o mesmo tema musical, o que acaba fazendo com que elas não tenham um ar único sobre elas, ouvindo a música repetida você acaba não sabendo à qual local associar.
Mas como as músicas são bonitas eu acabei não me incomodando em ouvir a mesma OST repetida várias vezes.
Agora a mecânica mais diferente do gameplay são os
Djinns: Seres elementais que estão espalhados pelo mundo do jogo, onde nós temos que capturá-los para poder usá-los em batalhas; causando dano elemental nos monstros, aumentar Resistência/Velocidade/Ataque da party, causar status negativos como Poison/Sleep, etc. Cada Djinn tem um efeito único.
Também podemos ligar os Djinns nos personagens para melhorar atributos/estatíscas dos personagens (Hp,Atq,Def), e evocar
Summons, que seriam tipo as Summons de
Final Fantasy.
Alguns Djinns atacam os personagens só podendo ser capturados após vencer a luta, outros é só pegar que eles já fazem parte do grupo. Como eles são fundamentais na batalha, é bom o jogador tentar capturar o máximo de Djinns possíveis, pois equipando eles aos personagens faz com que eles mudem de Classe, por exemplo: Se Isaac for um Swordsman, equipando um Djinn X, Isaac pode mudar para Defender.
Então é sempre bom ficar alternando os Djinn entre os personagens, mudando classes, fazendo eles aprenderem
Psynergies mais poderosas e que só aprenderiam com certas classes.
Os Djinns são essenciais e o uso é quase que obrigatório, pois eles fortalecem os personagens. Se um jogador pegar poucos deles, terá dificuldades nas batalhas mais difíceis, pois só ter Level alto não é suficiente.
Por isso alguns jogadores não gostam muito da mecânica envolvendo os Djinns: Pegar ou não pegar não é uma opção, eles são essenciais, e muitas pessoas podem não ter paciência de ter que tentar resolver puzzles para capturar os Djinns.
Eu mesmo tive que deixar de capturar vários Djinns por problemas na emulação. Quando capturava certos Djinns o jogo dava bug.
A desvantagem de summonar um Djinn em batalha é que, após a Summon, eles se desequipam dos personagens ligado à eles, fazendo o char perder os aumentos nos stats (HP,Atq,Def). Me lembra um pouco o problema das Magias de
Final Fantasy VIII que, quando usadas em batalhas, diminui os stats que elas aumentariam quando equipadas, fazendo elas serem inutilizáveis.
Tem que equipar o Djinn de novo para recuperar o boost nos stats e usar a habilidade dele novamente, só que acaba perdendo 1 turno pra fazer isso.
Agora o lado bom da Summon dos Djinns é que, após evoca-los (e caso o jogador não queira re-equipar eles no personagem), eles ficam em Standby, meio que na reserva. Caso haja um certo número de Djinns em Standby, nós podemos fazer uma
Summon super poderosa, essas Summons são a mesma coisa das Summons de Final Fantasy: Criaturas mitológicas que lançam ataques elementais nos monstros.
Se o jogador evoca, por exemplo, 4 Djinns do elemento Fogo, esses 4 Djinns ficam no Modo Standby, podendo evocar a Summon "
Meteor", que exige 4 Djinns de Fogo na reserva. Algumas Summons exigem Djinns de outros elementos além de um só.
Conclusão:
Golden Sun é um JRPG bem básico e padrão, com gráficos coloridos e músicas boas (apesar da repetição das OSTS), e estilo oldschool.
Eu recomendaria jogar de forma descontraída e sem esperar grande coisa, sem pretensões nenhuma.
Quem gosta de histórias com personagens bem desenvolvidos/complexos, ou de história que foge dos clichês, é provável que vai se decepcionar porque não tem nada disso aqui.