#257Jogo: Suikoden III
Produtora: Konami
Data de Lançamento: 11/07/2002Muito bem, pessoal.
Havia terminado há alguns dias o Suikoden 3, mas só agora sobrou um pouquinho de tempo para vir comentar aqui minhas impressões do jogo finalizado.
Tenho um carinho muito especial pela série, e embora não a tenha jogado seus jogos em suas respectivas épocas de lançamento, estou aproveitando agora para saborear essa delícia.
Meu primeiro contato foi com o Suikoden 2, que bem provavelmente seja o melhor da série. Ele foi escolhido a dedo para ser meu 150° RPG, e é um jogo que me marcou muito. Logo depois vieram, durante os anos seguintes,
Suikoden Tierkreis (NDS), Suikoden: The Woven Web of a Century (PSP), e Suikoden 1 (PS1).À primeira vista o terceiro jogo da série me surpreendeu bastante, com coisas positivas e também negativas. Comparado aos dois primeiros jogos, claramente S3 dá um passo à frente alterando algumas coisas.
Se o visual 2D de S1 e S2 remontava bastante aos jogos da era 16 bits, S3 vem totalmente em 3D. O jogo tem um visual bem simplista com câmera fixada e cenários que, embora bonitos, abrigam áreas muito pequenas e quase nada de exploração. O PS2 possuía um hardware forte, e muitos RPGs conseguiam usar muito de seu poder gráfico. A Konami preferiu algo mais simplista.
Outro grande ponto são as batalhas. Como disse antes, S1 e S2 eram totalmente em 2D, e as batalhas eram marcadas por ações extremamente rápidas e ágeis. Em S3 toda a movimentação de batalha é extremamente lenta, e esse é o ponto mais fraco do jogo.
Digo, muitos jogos eram lentos assim no início da era 128 bits, e posso lembrar de
Skies of Arcadia do Dreamcast/GameCube e Grandia 2 do Dreamcast/PS2. A única ressalva é que esses dois jogos são do ano 2000, início da nova geração, enquanto S3 é de 2002.
Mesmo com as batalhas lentas e os cenários bem limitados, o jogo tem seu charme e sabe aproveitar elementos muito importantes nos RPGs: história e enredo. Nesse sentido, impossível não elogiar o jogo. O criador da história dos 3 primeiros Suikodens é
Yoshitaka Murayama, que atualmente está trabalhando no desenvolvimento de Eiyuden Chronicle: Hundred Heroes. O trabalho dele é incrível, e os 3 jogos são ambientados em um mesmo universo, o que provavelmente faça de S4 e S5 jogos bem distintos.
S3 apresenta um modelo de enredo de 3 heróis chamado
Trinity Sight System. Contemplamos a visão de um mesmo mundo com diferentes perspectivas através do local de nascimento, de como a força militar interage na vida dos cidadãos, e a ganância e ao mesmo tempo medo que cada reino tem de si e pelos reinos vizinhos. O jogo é separado em capítulos, e em cada um destes você terá a chance de jogar com cada herói, até que o momento final se aproxime.
Todo jogo político e de opressão continuam em S3 e é importante saber administrar seu grupo de heróis em cada protagonista, para poder avançar de modo que a história mantenha seu curso com bons resultados.
Diferente de S1 e S2, S3 não tem limite de tempo para recrutamento. Se nos jogos anteriores você tinha que correr contra o tempo para conseguir todos os personagens, nesse terceiro jogo isso não é aplicado, o que achei muito interessante. Algo que realmente me desestimulou um pouco, é que para você ter acesso a todos os eventos do jogo, se torna necessário ter o save finalizado de S1 e S2 em seu memory card. Fico imaginando os jogadores que compraram S1 em 1995, S2 em 1998, e S3 em 2002, se ainda tinham seus saves guardados no memory card de 15 blocos do PS1.
O jogo tem seus altos e baixos como pude falar até aqui, e não digo que é um jogo mediano ou ruim. Por conta de sua narrativa o considero um bom jogo, e com certeza muitos vão gostar. Um melhor uso do 3D poderia ter deixado a experiência do jogador muito mais feliz, mas a Konami teve sua decisão por algo mais simples. Meu maior desapontamento não é nem com visual, e sim da velocidade.
Para mim valeu a pena e gostei do jogo, mas reconheço que foi um jogo que poderia ter sido melhor em sua produção. Para se ter ideia, em 2002 a Konami também lançou Metal Gear 2, Winning Eleven 6 e Silent Hill 2, então ela tinha posse do conhecimento do hardware da era 128 bits, e poderia ter entregado mais.
Por enquanto era isso