Jogo: Yakuza: Like a Dragon
Sistema: Playstation 4, Playstation 5, Xbox One, PC
Gênero: JRPG
Desenvolvedora: SEGA
Lançamento: 16/01/2020
Idioma: Vários
Tempo de Gameplay: 55 horas / 80 horas platinado
Após anos e mais anos explorando o gênero Beat 'Em Up, a Sega decidiu dar uma repaginada e trazer elementos novos, não só na questão de Gameplay, como no quesito de história de uma das suas séries mais famosos dentro do Japão. A série Yakuza que iniciou em 2006 no Japão traz, em Like a Dragon, não só uma história hilária e apaixonante, mas funciona como uma passada de bastão criando um link entre os jogos anteriores e explorando mais afundo ainda o processo da máfia japonesa e de como ela influenciou a sociedade como um todo.
História: (Spoiler Free)
Em Like a Dragon assumimos o papel de Ichiban Kasuga, um jovem entusiasta e recém aceito pela Yakuza. Trabalha em um pequeno escritório da máfia, realizando tarefas mundanos e cuidando de pequenos crimes que acontecem neste bairro. Ichiban tem uma história relativamente dramática, onde perdeu seus pais biológicos e foi adotado e criado por um dono de uma casa de banho japonesa, já sendo exposto a N coisas relacionadas a máfia, proteção e crimes desde sempre.
Esse seu escritório é liderado por Masumi Arakawa, patriarca da família Arakawa. Seu filho, Masato Arakawa é super protegido pelo pai por uma condição física que faz com que o mesmo viva de cadeira de rodas e Ichiban é sempre o responsável por buscar e levar Masato ao redor de Tóquio.
Numa das noites, Masumi é levado para um bar por Ichiban e, no meio do caminho, se injeta com um suposto remédio/soro que faz com que suas pernas voltem a funcionar e ele consegue andar normalmente, dizendo que era um remédio que foi encontrado no Estados Unidos, Ichiban deixa Masumi curtir sua noite e volta para casa.
Ichiban retorna ao escritório no outro dia e Masato solicita que ele se entregue a polícia, pois alguém do escritório cometeu um assassinato na noite passada e, como Ichiban deve a vida a Masato, ele aceita essa missão com extrema gratidão. O dia era 01 de Janeiro de 2000 e Ichiban é levado preso.
19 anos depois, saído da cadeia, Ichiban decide ir atrás de Masato para voltar a sua vida de Yakuza ao lado do patriarca que ele tanto ama, só que ao reencontrá-lo o mesmo disfere uma bala no seu peito, deixando Ichiban largado em uma rua na cidade vizinha. Cuidado por um grupo de moradores de rua e apenas com uma nota de dinheiro ensanguentada no seu bolso, Ichiban tenta voltar a sua cidade, retornar ao seu patriarca e entender o que está acontecendo. Ao lado, claro, de seus novos parceiros, afinal é um JRPG, não é?
Gameplay: Like a Dragon é um JRPG raíz. Exploração, sidequests, minigames, história que lhe prende e personagens extremamente carismáticos até o último. A diferença de Like a Dragon para alguns JRPGs (e para mim, o ponto forte) é a questão de ser um jogo contemporâneo! Isso mesmo, o jogo se passa em 2019, as partes da cidade que são visitadas são extremamente vivas e as batalhas são incrivelmente divertidas e dinâmicas.
Sendo um JRPG os personagens tem Jobs, status, equipamentos e diversas skills diferentes deixando o jogador livre a escolher e definir a melhor forma de formar a sua party. Na imagem abaixo eu mostro meus quatro personagens com seus jobs definidos por mim.
Ichiban: Hero - Job clássico, balanceado entre dano, defesa e magias
Zhao: Gangster - Foco em dano cortante e causar sangramento nos inimigos
Han: Hitman - Dano na porradaria e uso de armas de fogo
Saeko: Idol - Dano mágico e cura para a party toda.
Além disso temos uma gama de jobs maiores, foco em buffs/debufs, tank, entre outros.
Exemplo de como é na batalha:
Como podem ver, RPG por turnos, extremamente detalhado, divertido, bonito, bem atuado e incrivelmente viciante.
Agora, sendo um RPG contemporâneo, como é a exploração? Existem diversos lugares para serem visitados, facilmente explorados. Porém a quantidade de sidequests faz com que você decore cada canto da cidade de tantas vezes que se visita cada um desses cantos. E eu digo que vale a pena. Apesar do jogo ser incrivelmente engraçado, principalmente por causa dessas sidequests em momento algum o jogo te deixa esquecer o tom obscuro e pesado da jornada de Ichiban e a vida como um Yakuza.
Falando em Minigames... O jogo é lotado!
Corridas de Kart, Baseball, Fliperamas (inclusive com jogos clássicos da SEGA como uma homenagem)... Like a Dragon é uma experiência única e necessária para todo o fã de JRPGs.
Sons: A trilha sonora de Yakuza é leve, não existe nenhuma música que especificamente prende o jogador, porém, os dubladores... ah, os dubladores. Estes estão de parabéns. Seja que vocês joguem em japonês ou em inglês, a experiência será sensacional. Os dubladores trabalharam juntos, lado a lado, para que o jogo não passasse por grandes problemas de tradução e a SEGA acertou nisso demais. As vozes são perfeitamente encaixadas, combinam com os personagens e sabem passar a mensagem que desejam passar.
Considerações: Like a Dragon foi o primeiro jogo da série Yakuza que me abri para jogar. E, infelizmente para mim, foi tarde. Yakuza se mostra uma série de jogos extremamente bem feita porém, por muitos anos, presa somente ao oriente. Like a Dragon trouxe um ar novo para a série, saindo do Beat 'em Up (extremamente bem executado nas séries anteriores) para um JRPG, trouxe um novo protaganista para dar um respiro para Kyriu (protagonista dos seis jogos anteriores) e ainda assim manteve a mesma alma que trouxe esse sucesso absurdo para os jogos.
Como sou um fã de RPGs contemporâneos e acho que para aplicar isso sem deixar a fantasia/magia ser maior que o jogo digo que a SEGA atingiu em cheio seus objetivos. Like a Dragon é uma obrigação para qualquer fã de RPGs. Vivemos hoje numa época que os jogos mais clássicos como Final Fantasy estão trocando para um combate e jogabilidade focada em ação, Like a Dragon nos presenteia com algo tão clássico e gostoso de jogar que eu não trocaria por nada, ultimamente.
O final, inclusive, é tão tocante, tão bem atuado e tão bem encaixado que eu sugiro todos a não procurarem nada sobre o jogo e apenas irem nele do início ao fim, pois qualquer spoiler pode vir a estragar a experiência. E vale muito cada segundo desse jogo.
No fim do dia é excelente ver a SEGA, mesmo que de muletas, colocando seu nome em um jogo que ganhou não só os críticos, como fãs no mundo inteiro, fazendo Yakuza decolar mais ainda para o ocidente.
Notas:
História: 9
Gráficos: 9
Som: 8
Sistema de Batalha: 10
Dificuldade: 5 / 8 (com platina envolvida)
Total: 9
PS: A Platina me levou a 97 horas de jogo, porém eu explorei cada canto e joguei sem walkthrough. Vale a pena da mesma forma. Não senti todo esse tempo passar.
PS2: Daniel, fiquei com vergonha de meu "RPG terminado no Facebook" foi só uma frase minha, tive que fazer um review um pouco melhor, ainda não é o que queria, mas uma hora eu melhoro o próximo! hahaha